Homens são de
Marte, mulheres são de Vênus.
Perdi as
contas de quantas vezes ouvi essa frase, logo acompanhada por um texto sobre as
diferenças entre os sexos. E como devemos fazer para conviver sem criarmos um
clima de Terceira Guerra Mundial Intergaláctica.
Sobre como as
mulheres são choronas, os homens objetivos e racionais.
Como as
mulheres se preocupam com o que vestem e como cheiram enquanto a maioria dos homens
tem a capacidade de usar a mesma cueca dois dias seguidos.
Como as
mulheres fazem várias coisas ao mesmo tempo e esquecem a chave do carro,
enquanto os homens só pegam a chave do carro e esquecem todo o resto.
Como a mãe
costuma combinar tudo na roupa do filho para ir naquela festinha, enquanto o
pai deixa ele sair com bermuda xadrez, camisa listrada e boné de time de
futebol. Aff!
Concordo que
temos pontos que divergem.
Mas também
entendo que temos mais coisas em comum do que diferenças.
A Vanessa está
maluca, vocês podem dizer.
Estou não.
Explico.
Todos temos um
corpo. Que sente, chora e vê.
Um corpo que
pede cuidado, que nasce para ser amparado e respeitado.
Independente
se choramos mais ou menos, o fato é que nos sentimos tristes.
Independente
se nos preocupamos com as propriedades condicionantes do shampoo, o fato é que
todos queremos ser reconhecidos como pessoas interessantes.
Se pintamos as
unhas de roxo ou se ficamos sem cortar as unhas por meses, nossas mãos querem
encontrar outras mãos.
Somos filhos
do mesmo ventre, seres humanos lindos e especiais em sua essência. E isso não
depende de ser homem ou mulher. Na verdade, isso não depende de raça, credo ou
preferência. Nossa natureza é humana. A nossa farinha é a mesma.
Escuto amigos
falando que não entendem as mulheres e amigas falando que precisam urgentemente
compreender os homens se quiserem ser mães antes dos quarenta.
Para todos,
apenas um conselho: Não foquem nas diferenças, naquilo que não entendem. Foquem
nas semelhanças, o que existe em comum, o que todos temos ou precisamos.
A boa convivência
vem de não enxergarmos apenas as divergências, mas sim o que combinamos. O que
nos torna seres humanos e, portanto, animais racionais da mesma espécie,
independente do gênero. Seres que riem, que choram, que amam, que se
decepcionam, independente de como, onde e porque.
Que se ofendem
quando são alvo da raiva alheia.
Que se sentem
felizes quando recebem uma massagem.
Que adoram
presentes e surpresas.
Que nem sempre
sabem lidar com um elogio, mas os adoram.
Que sentem o
coração aquecido quando são reconhecidos em seus feitos.
Seres
complexos e únicos, que dificilmente conseguiremos catalogar e definir.
Temos tantas
variações que seria inútil nos fiarmos nelas. As diferenças são importantes
para nossa personalidade e não devem ser um obstáculo nos relacionamentos.
Homens são de
marte, mulheres são de Vênus.
Não importa. Posso
ser de Plutão, e daí?
Somos todos
estranhos míticos, que convivem e aprendem a ser melhores dia após dia. Do
sucesso de nossas relações depende o acolhimento que damos ao outro, a
identificação e a empatia que desenvolvemos.
Ao invés de
nos impacientarmos com as diferenças, vamos nos emocionar com as semelhanças.
Isso é o que importa.
Devemos cuidar
com os rótulos e tudo aquilo que nos limita, que limita o nosso julgamento. Tem
homem que separa roupa por cor e gasta um quilo de gel no cabelo. Tem mulher
que corta o cabelo curtinho para não se incomodar e prefere um sapato baixinho
para não forçar a coluna.
Criamos nomes
para intitular essas pessoas que, de alguma forma, divergem do nosso conceito
de feminino e masculino.
Que tédio.
Somos o que
somos.
A paz vem de
olharmos com olhos de compreensão e cuidado para os que estão ao nosso lado.
Eu, tu, ele,
ela. Eles que são elas, elas que são eles, tu que é como eu, que é como ela,
que tem coisas dele e dela.
Uma criação
perfeita em sua imperfeição maravilhosa.
E vamos ser
felizes que é o que importa!
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